Ìyàmì Òsòróngá
não é um orixá, mas sim uma energia ancestral coletiva feminina, cultuada pelas
GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada da Ìyàmì El é ey e (minha mãe senhora dos
pássaros), representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Òsòróngá
congrega as àj é feiticeira que têm poderes de se transformarem em determinados
pássaros è hurù, e luùlú, àtióro, àgbìgbò e Òsòróngá, este ultimo
refere-se ao próprio som que a ave emite e dá nome a Sociedade. Exercem sua
força máxima nos horários mais críticos meio-dia e meia-noite – ocasiões em que
é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de ninguém.
Suas
cerimônias são realizadas no início da estação do plantio relacionado à
fertilidade. Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se em
duas partes a diurna e a noturna. Segundo nos conta um ìtàn do Òdú Ogbé Ò sá ,
diz que quando as Ìyàmì chegaram do Òrun pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìtòn as 7 árvores das Ìyàmì seriam:
Orobo – Garcinea Cola
Àjànrèré – Ficus Elegans
Iroko – Chlorophora Excelsis
Orò – Antiaris Africana
Ogun Bereké – Delonex Régia
Arere – Triplochiton Nigericum
Igi ope – Elaeis Guineensis
Porém
outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete árvores estas
seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose – Adansanonia Digitalia
Iroko – Chlorophora Excelsis
Ìyá – Daniellia Olivieri
Asunrin – Erythrophelum Guineense
Obobo – Não identificada
Iwó – Não identificada
Arere – Triplochiton Nigericum
Ose – Adansanonia Digitalia
Iroko – Chlorophora Excelsis
Ìyá – Daniellia Olivieri
Asunrin – Erythrophelum Guineense
Obobo – Não identificada
Iwó – Não identificada
Arere – Triplochiton Nigericum
Ao
contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença masculina no
culto a Ìyàmì. São detentoras de poderes terríveis, consideradas as donas da
barriga (por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém pode com seus
Ebó, dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal. São ligadas diretamente ao ÒDÚ
ÒYEKU MEJI, são propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus
poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las, vencê-las
jamais. Relacionam-se com as Ìyàmì Òsún Ijumu e Òs un Ìyánlá a quem
estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem como a Yemonjá Odúa,
considerada fundadora do culto GÈLÈDÈ.
Deve-se
lembrar, portanto que “òsò” é um título de quem trás o Égan (símbolo de Èsu
o qual foi dado através das mãos de Òsòróngá (it ò n ò s éòtúrá) e mesmo
assim se foi iniciado no tradicional culto de `Obàtálá /Yemonjá Odùa e ainda
tiver profunda relação com Ikú, através de algumas se suas principais ònifás,
como Òyèkú méjì, Òbàrà méjì, Òtúrúpòn méjì e algumas outras poucas. O sangue
(èjè) não é de nenhum Òrì s à a não ser de Òsòróngá como vemos no Oriki
(èjèóyèníkálè o – o sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos)
Afirma a
tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do fígado e do coração, isto se
deve por os chamados Àse das oferendas são de Òsòróngá! Estes
órgãos se classificam em comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem
circular a energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar, intestino
grosso e o intestino delgado, como também em comportamentos Osa (coração,
pulmões, rins, fígado e baço – pâncreas) Estes detalhes são importantíssimos no
culto à Òsòróngá e principalmente no culto Èfé-Gèlèdè ainda mais se
falamos do sacrifício de e l é d é (porco)
Relacionam-se
com Òsòróngá: Èsu: somente com sua ajuda é que conseguimos a
comunicação com as Ìyàmì, além de ser a prova viva do poder das Ìyàmì. Ògún: o
senhor da cabaça de èédú (carvão) – onà iwó oòrùn (caminho do oeste) é bem mais
íntimo de Òsòróngá, se não fosse ele o senhor do sagrado ato da oferenda
de animais, juntamente com Èsu e Òsòróngá. Yemonjá Odùa (Yemòwo)
Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- e y e (cabaça dos pássaros) é a Ìyá’nlá seu nome é
modificação da palavra Òdú Logboje, a mulher primordial, também denominada
Eleyinjú E g é, a dona dos olhos delicados fazendo parte das divinda
desgeradoras representada pelo Preto, fundadora do culto e sociedade Gèlèdè.
Segundo
os mitos da tradição afro-descendente, já que o mito é o discurso em que se
fundamentam todas as justificativas da ordem e da contraordem social negra, a
luta pela supremacia entre os sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça
da criação), já que o òrì s à Yemonjá Odùa, princípio feminino de onde tudo se
cria – representação coletiva das Ìyámí ou mães ancestrais é a metade inferior
da cabaça e Òbàtálá ou Òsàlá, princípio masculino, a metade superior. A
relação Odùa/Òbàtálá, entendida simbolicamente, não representa uma simples
relação de acasalamento do princípio feminino com o masculino. Há um princípio
de completude do outro, de que a vida se constrói de mãos dadas e de que cada
um de nós na medida em que estabelece esta relação, estabelece um elo mais
completo com as coisas que estão à volta.
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